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revista
Ao contrário de muitos, nada tenho a reclamar da CASSI em
questões de atendimento médico-hospitalar/laboratorial
na Cidade onde moro. Aqui tenho à disposição uma das
melhores redes hospitalares credenciadas do País e sou
servido por médicos e laboratórios que me dispensam
cuidados de primeiro mundo, acessíveis a uma simples
discagem do telefone. Tudo isso sem falar nos privilegiados
atendimentos de exceção que a CliniCASSI me disponibili-
za. E somente pago R$ 241,47 a título de mensalidade
desse meu “plano de saúde” que, também, estende esses
benefícios aos meus dependentes sem nenhum acréscimo.
Por isso nada tenho a reclamar, pois a CASSI para mim é
“uma mãe”.
Vejam o que tenho à mão, embora não tenha por costume
recorrer aos serviços da CASSI:
CliniCASSI Curitiba
Endereço: Rua Mateus Leme, 651 - Centro Cívico - Curitiba
(PR) - CEP -80.530-010
Telefone: (41) 3219-9500
Fax: (41) 3219-9578
Contato: Fale com a CASSI
CNPJ: 33.719-485/0021-70
Atendimento Administrativo: Das 8h às 18h (segunda a
sexta)
Atendimento de Serviços de Saúde: 7h30 às 19h (segunda a
sexta) atendimento médico.
Serviços: Equipe multidisciplinar de Saúde da Família
(médico de família, enfermeiro, técnico de enfermagem,
psicólogo, nutricionista e assistente social), Consultas,
Pronto-Atendimento, Saúde Ocupacional, Perícias
médicas, Procedimentos de enfermagem – curativo,
inalação, injeção e outros.(Extraído do site da CASSI).
No entanto, se me mudar para uma cidade do interior deste
Estado do Paraná, ou de qualquer outro do País, vou botar a
boca no trombone. Porque nada disso me será posto à
disposição, o que reputo como consequência de a CASSI
ter-se tornado elitista. Ao contrário de outros tempos, ela
hoje só tem olhos para as Capitais e para os grandes centros
urbanos - onde prioriza a excelência no atendimento
médico hospitalar. Ali, se não bastassem as comodidades
existentes nesse campo, são instaladas as CliniCASSI para
dar atendimento excepcional aos residentes. Enquanto
que a periferia morre à míngua carente de cuidados
médicos básicos.
Nesse entendimento, é revoltante saber da existência de
associado que paga o mesmo que eu e não dispõe das
mesmas comodidades, somente por não ser meu vizinho.
Isso se dá porque as CliniCASSI deveriam ser instaladas nas
áreas onde há carência de atendimento particular creden-
ciado. Não é concebível que o associado necessitado de
atendimento médico-hospitalar-laboratorial tenha que se
deslocar do lugar onde mora para buscar assistência num
centro distante, onde pululam hospitais / médicos /
laboratórios a serviço da elite fabricada pela CASSI.
No contexto, aponto duas formas de sanar essa gritante
discriminação, podendo a CASSI optar por uma delas – ou
por ambas:
1) Instalar CliniCASSI em cidades do interior a distâncias
intermediárias dos grandes Centros;
2) Na vigência de cada novo ciclo, rodiziar a instalação da
Sede por pequenas cidades do interior, com obrigatorieda-
de de os dirigentes ali residirem no cumprimento dos
mandatos. Lembrando que esses “eleitos” auferem
salários pelo exercício da “profissão”.
A primeira medida proporcionaria minimizar o sofrimento
causado ao residente nas pequenas Cidades, ao evitar
deslocamentos em busca de atendimento médi-
co/hospitalar/laboratorial, livrando-o da punição imposta
por não residir em áreas privilegiadas.
A outra proposta faria com que os dirigentes se esmeras-
sem em dotar as “Sedes” rodiziadas dos confortos negados
até sua chegada ao novo endereço, para não terem de se
subordinar ao tratamento de simples mortais associados
da CASSI, que enfrentam as consequências dos desloca-
mentos até os grandes centros para cuidar da sua saúde e
da dos seus dependentes.
Marcos Cordeiro de Andrade é presidente da AAPPREVI