Pense em um sistema hidráulico. Há um volume de
água que pode passar por dentro dos canos sem
causar danos ao equipamento. Com a pressão arterial
é a mesma coisa. Ela é a força exercida pelo sangue
dentro dos vasos sanguíneos, originada dos batimen-
tos cardíacos. “Nosso organismo é assim, tem uma
tolerância. O valor é considerado ideal quando o
máximo atinge até 120 mmHg ou, popularmente, 12,
e o mínimo fica na faixa de 80 mmHg, ou 8. É a pressão
12/8. Quando esta pressão está acima de 14/9 a
pressão é considerada alta, quando está abaixo de
10/6 os valores são considerados baixos”, explica
Ivan Cordovil, coordenador do serviço de hiperten-
são arterial do Instituto Nacional de Cardiologia
(INC), no Rio de Janeiro.
O especialista observa que nem sempre há sinais de
que a pressão arterial está alta ou baixa e que ambos
extremos podem ser perigosos. “Na hipertensão, ou
seja, quando a pessoa tem a pressão permanente-
mente alta, alguns órgãos podem ser atacados. No
cérebro, por exemplo, pode ocorrer derrame. O
coração do indivíduo hipertenso pode sofrer infarto
do miocárdio. Os rins podem ter insuficiência e
precisar de diálise. Olhos também podem ser
afetados, com cegueira súbita”, descreve. Já os
contratempos principais da pressão baixa são a
tontura e, por consequência, a queda. “Pessoas
idosas sentem menos sede e, por isso, correm o risco
de ficar desidratadas. Por conta disso, a pressão fica
baixa e elas correm o risco de sofrer quedas e
fraturas”, exemplifica Cordovil. O mesmo ocorre
quando uma pessoa se levanta rapidamente após
estar sentada ou deitada.
Durante o calor excessivo do verão, habitualmente
há vasodilatação e a pressão pode cair. No entanto,
isto não é uma regra. “Como a pessoa pode ficar
muito irritada com a temperatura elevada, a pressão
pode subir pelo estado de nervos”, observa o
cardiologista. De acordo com ele, confirmada a
pressão baixa, a primeira providência a se tomar é
deitar a pessoa, inclinando ligeiramente as pernas
para facilitar a ida do sangue até o cérebro.
Cuidados - Se os pais e outros familiares mais
próximos são hipertensos, há maior probabilidade de
uma pessoa se tornar hipertensa durante a vida. O
ideal é que, pelo menos duas vezes ao ano a pressão
seja aferida – o conselho vale também para quem não
tem fatores de risco. Somente uma pessoa treinada
consegue medir a pressão adequadamente. “Existem
condições para fazer a medida correta. Por exemplo,
não se pode cruzar pernas. É importante esvaziar a
bexiga e deve-se colocar o braço na altura do
coração”, orienta.
Cordovil lembra a importância de evitar o sedentaris-
mo para ter uma vida saudável. Com a prática regular
de atividade física, ocorre uma dilatação da parede
das artérias e a pressão diminui. A alimentação
também é parte importante no controle da hiperten-
são arterial. É necessário restringir o consumo de
sódio, presente em embutidos, enlatados, temperos
prontos e molho de soja, por exemplo. Uma boa saída
é, ao cozinhar os alimentos, utilizar especiarias e
ervas aromáticas para conferir mais sabor aos
alimentos e diminuir o uso de sal. O consumo de
alimentos ricos em gordura também deve ser
evitado, pois favorece o acúmulo de placas de
gordura no interior das artérias, dificultando a
passagem do sangue e, consequentemente, aumen-
tando a pressão.
Pressão muito baixa ou muito alta traz riscos para saúde
SAÚDE
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Fonte: cassi.com.br