Mais uma vez a cena se repete, com campanhas eleitorais 
se instalando no seio da comunidade dos aposentados e 
pensionistas oriundos do Banco do Brasil. E, como rotina 
modorrenta, teremos nos próximos meses eleições para 
suprir cargos diretivos nas nossas duas Caixas – CASSI e 
PREVI – sem que mudanças significativas sejam esperadas, 
pela repetição do discurso.

Como sempre, espertas manobras dão o tom das campa-
nhas para elaboração de chapas de modo a privilegiar a 
“situação” - para manter no poder os mesmos grupos que 
se revezam exercitando a dança das cadeiras. Quem tiver 
curiosidade para buscar nos alfarrábios das associações os 
panfletos das muitas eleições passadas, onde constam os 
nomes dos candidatos em disputa, verá que não há 
possibilidade de alternância no poder. Porque há décadas 
as caras não se renovam, apenas ganham mais rugas, 
criando chapas recheadas de “experientes” dirigentes. 
Quase todos eles vinculados a sindicatos e associações de 
aposentados e pensionistas, quiçá a federações e confede-
rações. 

Em tudo isto, de lamentar sobremaneira a impossibilidade 
de se eleger gente não comprometida com o corrosivo 
esquema estacionado, e que somente dá vez a que se 
“renovem” diretorias em troca-troca com os mesmos 
nomes viciados que se alternam no poder. Faz-se isso 
enaltecendo a longevidade desses candidatos na ocupa-
ção dos cargos em disputa, com o indicativo de que têm 
consagrada “experiência”, exatamente por já conhecerem 
os caminhos que os levaram, e levam, aos cargos e funções 
numa disputa sem graça. Como se essa alegada “experiên-
cia” os fizessem únicos em competência, honestidade e 
produtividade, de modo a não se procurar e conseguir 
renovação. 

É bom lembrar que a experiência conseguida no exercício 
de cargo eletivo funciona como uma via de mão dupla, 
dependendo de quem a tem e do uso que se faça dela. Se de 
um lado o gestor honesto e de bons propósitos usa essa 
experiência para bem desempenhar o legado concedido 
pelo voto, de outro, se é o oposto da honestidade e dos 

bons princípios, cada vez mais usará os conhecimentos 
adquiridos para aprimorar a esperteza, ou capacidade de 
enganar trouxas que lhes dão votos inconsequentemente. 
Ou, melhor dizendo, se geriu de má forma, se foi desonesto 
no trato das esperanças dos eleitores e trabalhou em causa 
própria auferindo benefícios e benesses em função dos 
cargos exercidos experientemente, essa “experiência” o 
fará transitar na contramão da história da Entidade a que 
serve ou serviu, em cujo topo da cadeia diretiva se instale – 
ou nela permaneça. Não podemos esquecer os sindicalis-
tas que ingressaram na política das nossas Caixas para 
adquirir “experiência” com promessa de mudanças, que 
ocorreram sim, mas em via única – para aquinhoar o seu 
lado e o dos seus patrões – na medida em que foram se 
tornando “experientes”. 

Vale lembrar que o termo “experiente” é definido como 
“aquele que tem experiência, que tem prática, que tem 
conhecimento das coisas”. Que tanto pode ser empregado 
para mostrar o lado bom de quem a tem como, lamentavel-
mente, pode mostrar quem não presta, pois, no jargão 
carcerário é “experiente” aquele que já praticou crimes 
seguidamente – que já roubou muitas vezes, por exemplo.

Por que então não dar vez apenas aos “experientes” assim 
nominados pela longevidade em anos vividos fora do poder 
e pelos conhecimentos de que sejam portadores, e que, até 
por isso, são “inexperientes” na arte de ocupar cargos por 
falta de oportunidades e, por conseguinte, sem vícios e 
desvios de conduta a manchar sua honra. E mais, até que se 
prove o contrário, portadores de honestidade e capacidade 
inquestionáveis, encimando o vasto currículo adquirido no 
comprovado papel de defensores dos direitos de aposenta-
dos e pensionistas espoliados.

Fiquemos atentos, porque as chapas estão para chegar às 
nossas caixas de Correio. Ao acontecer, façamos a 
comparação com eleições passadas e rejeitemos os nomes 
que, aos pares ou isoladamente, sejam contumazes 
frequentadores de jornadas eleitorais, onde participam 
alegremente da dança das cadeiras no sarau eleitoreiro, 
cujo resultado lhes dá muito mais que divertimento 

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