- É uma das mais sublimes criações musicais de todos os
tempos. Entretanto, pela complexidade da sua notação
penso que Beethoven, ao invés de querer agradecer a
alguém, desejou desafiar os músicos de seu tempo...
- Então o Senhor acha que não é um Hino de Agradecimen-
to ao Senhor Deus?
- ... pretendeu desafiar os conjuntos de corda a tocarem
esse adágio com a perfeição exigida pela notação. O grupo
bem-sucedido poderia então ser considerado um exímio
conjunto! Acho que o orgulho de Beethoven quis dar um
recado: só grandes músicos terão capacidade de tocar o
maior compositor que o Mundo conheceu, ELE!
- O Senhor distorce tudo!” Heiliger Dankgesang eines
Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart, é um
agradecimento à Divindade pela recuperação que
Beethoven obteve após grave enfermidade. Assim registra
a História.
- Não. Beethoven, muito senhor do seu talento, é que se
tinha grande. Quando se encontrou com Mozart em Viena
em 1787, na minha opinião não o procurou para ter aulas
com Mozart, como registram alguns biógrafos, mas para
desafiar Mozart, exibindo-se.
- Como é que o Senhor sabe disso?
- Não sei, deduzo pelo comportamento de Mozart; pelo
menoscabo com que devotou à peça que Beethoven tocou
para ele; considerou-a “muito barulhenta”, e nada disse
sobre a interpretação.
- Qual foi a peça?
- Mozart não lhe deu muita atenção nem conselhos, nem o
aceitou como aluno. Isso deve ter magoado muito a
Beethoven.
- Mera suposição.
- Enquanto Mozart sempre se perguntava “Quem sou?”,
Beethoven afirmava, “Eu sou!”
- Mais conjecturas.
- Em 1797 Beethoven anotou em seu caderno de notas:
“Coragem! Apesar de todas as falhas do corpo, meu talento
deve triunfar!”
- Pelo que sabemos aqui na Casa do Senhor Deus, o
compositor Amadeus Mozart era também ambicioso.
- Na verdade, Mozart não criou nenhuma linguagem
musical.
- Mas na Terra, os Senhores consideram-no gênio.
- Todo gênio é distorcido. Em carta de 14 de maio de 1778
Mozart afirma que para compor é preciso “permanecer na
ideia”.
- E o que é “permanecer na ideia”?
- Ideias levadas às últimas consequências conduzem a
nada.
- O Senhor pensa complicado!
- Um velhinho, de 89 anos, barbicha como eu, Rex Stout.
- Esse está cá na Casa do Senhor Deus desde 1975.
- E o gorducho Nero Wolfe?
- Esse nunca foi criatura, foi personagem.
- Também não havia espaço físico para ele aqui...
- A Casa do Senhor é Infinitamente Grande!
- E em que outro Universo se situa a casa de deus... se o
nosso Universo é finito segundo Einstein.
- O Físico Albert Einstein não está na Casa do Senhor Deus.
- Mas escreveu angustiada carta a Sigmund Freud intrigado
com o comportamento dos homens que se proclamam
filhos de deus!
- Li essa carta, Einstein perguntou: “Podemos superar esta
dilaceração no humano?”
- E Freud respondeu: “Não existe a esperança de suprimir
de modo direto a agressividade humana.”
- Ele está enganado. Existe, sim, em se praticando o Culto
ao Senhor Deus!
- Freud, que era médico e sabia das coisas humanas afirmou
o contrário; que nos homens “vigoram dois instintos
básicos: um de vida que ama e enriquece a vida e outro de
morte que busca a destruição e deseja matar.”
- Talvez Freud tenha razão: agora estou a me recordar de
que Caim matou Abel...
Continua na próxima edição
Holbein Menezes é associado da AAPPREVI
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