Divulga-se como verdade inconteste que nesta eleição que
se inicia no próximo dia 16 não há simplesmente uma
chapa a ser eleita, mas uma chapa a ser derrotada. São
quatro as concorrentes e com exceção da de nº 4, que
representa o continuísmo, as demais se dizem de oposição
sem conseguir levar o eleitor a votar em qualquer delas
com certeza de vitória. Como serão duas forças na disputa
– chapas 1, 2 e 3 de um lado, contra a 4, do outro, pouco
importa que as três primeiras juntas consigam mais votos
que a última, pois não haverá segundo turno. Portanto, se a
chapa nº 4 obtiver mais votos que a primeira colocada
entre as outras três, o domínio da PREVI permanecerá nas
mesmas mãos, embora com nomes diferentes. Isto porque,
como os votos da oposição serão distribuídos entre suas
três chapas, elementarmente se deduz que a da situação
(nº 4), tem maiores chances de vitória.
No entanto, se as lideranças tivessem se unido quando da
formação das chapas, é quase certo que hoje teríamos
apenas uma delas disputando com a outra a ser batida com
os votos disponíveis. E, assim sendo, dificilmente a
“situação” sairia vencedora.
Mas, quis o destino que prevalecessem os fatores de risco
que sempre acompanham essas escolhas. E, mais uma vez,
ficamos à mercê da insensatez de uma meia dúzia de
ególatras que se acham no direito de resolver as coisas em
nosso nome, mesmo sem procuração nossa. No caso
presente, à exceção de uns poucos idealistas, reuniram-se
em surdina para indicar quem deveria se candidatar para
cuidar dos nossos interesses, como aposentados e
pensionistas dependentes da PREVI, e deu no que se vê.
Vale lembrar que em ocasiões como essa se sobrepõem os
interesses individuais e as vaidades que acalentam a busca
de prestígio e poder (ou emprego), mesmo com o conheci-
mento de que essa fórmula condenável nos leva ladeira
abaixo em direção ao fundo do poço. Todavia, ainda há
tempo para se salvar a pátria.
Como as três chapas da “oposição” repetem o mesmo
discurso, propalando aos quatro ventos chamamento para
salvar a PREVI das mãos da “situação”, e se confiável a
premissa, nada mais justo que provem essa determinação
com a união de suas forças em torno do objetivo – como
único meio certo de conseguir o intento. Para tanto, basta
que duas das três chapas de “oposição” renunciem ao
direito de concorrer ao pleito, deixando à remanescente a
primazia de receber os votos perseguidos. Com esse
propósito, convém que as lideranças das chapas 1, 2 e 3 se
encontrem para definir convencimento de quem desistirá
em favor de quem. Porém, se nesse encontro não houver
consenso, que alcancem o resultado por meios não
convencionais, desde que nos deixem a possibilidade de
vencer a chapa que precisamos derrotar.
Com esse louvável intuito, afastem desavenças pessoais,
egos inflados e interesses vários, e escolham por sorteio a
representante única. Não importando o veículo que leve a
essaescolha, ela pode até mesmo ser feita no palitinho, no
par ou ímpar, no jogo de dados, ou entoando “Uni Duni Tê”
ou “Escravos de Jó”. Ou por qualquer outro modo, contan-
to que nos deixem apenas uma chapa em quem votar – e
ganhar. Ficando os conjuntos excluídos “democraticamen-
te” incumbidos de fazer campanha em favor da chapa
remanescente.
Desse modo, com certeza ganhará a eleição uma das
originariamente registradas como de oposição – 1, 2 ou 3. E
todos serão felizes até a próxima eleição.
Marcos Cordeiro de Andrade é presidente da AAPPREVI
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