Já nem sei que coisas tentar. Ou se devo tentar alguma 
coisa. Há dois dias estou a matutar sobre o que se passa na 
PREVI. E não atento para o que possa ser feito na busca de 
conserto para o mal feito lá dentro. Mais uma vez o maldito 
dinheiro, ou a falta dele, provoca intranquilidade no seio da 
família de aposentados e pensionistas vindos do BB. Pois, 
além de nos tirarem a quarta parte do que recebíamos até 
dezembro, nos enfiaram goela adentro um placebo como 
se fora o remédio das sete curas. 

Como acontece todo ano, ano após ano, nos fizeram 
acreditar que os males que afligiam nossos bolsos receberi-
am saneador tratamento de choque através do Empréstimo 
Simples. E mais uma vez nos iludimos com a lábia com que 
pedintes eminentes trataram do assunto nos Blogs. Seus e 
dos outros. Fazendo crer que seus discursos distribuídos 
em funil direcionado à toda poderosa Diretoria de Seguri-
dade nos traria alívio financeiro. E mais uma vez ficou 
comprovado que nada pode modificar a fria interpretação 
das normas incrustadas em corações de pedra, protegidos 
pelas muralhas do Mourisco para bem servir aos patrões 
que lhes pagam, e pagam bem, para o desempenho do 
trabalho sujo que é desservir aposentados e pensionistas 
dependentes da PREVI.

Antes, em ocasiões assim, em que nos ludibriavam em 
nome do cumprimento do dever, em arroubos ameaçado-
res entoávamos slogans esperançosos, tipo: Vamos nos 
vingar nas urnas; Vamos mudar o estatuto; Vamos eleger 
gente nossa. E coisa e tal. E agora, depois da vingança nas 
urnas o que aconteceu? Não mudamos o estatuto, nem o 
faremos embora tenhamos elegido “gente nossa”. Não 
mudamos nem mudou absolutamente nada. Tudo porque 
os eleitos “descobriram” que existe um termo de compro-
misso a ser assinado na posse que tolhe seus movimentos 
libertadores. O que os iguala a todos os demais, inclusive os 
nomeados pelo patrão. Enfim, em lá chegando tornam-se 
farinha do mesmo saco. Somente não dá para engolir que 
isso não fosse sabido, até porque entre eles há quem já 
tenha passado pela provação. E essa subserviência 
nivelada pelo dinheiro que recebem do patrão, seja a que 
título for, os obriga a fazer o que ele determinar, pois quem 
compra é dono e quem paga manda. Se já sabiam disso por 
que prometeram mundos e fundos na propaganda de 
campanha?

Embora não aceitável, por imoral, é compreensível que 
assim seja. E que seja assim para entendermos que esse 
quadro não pode mudar quaisquer que sejam os eleitos. 
Está comprovado. Parece até que, ao invés de indicarmos 
quem nos represente e defenda, com nosso voto damos 
emprego a quem dele queira fazer uso nos virando as 
costas para servir incondicionalmente ao novo patrão. Que 
tem nome marcante e sintomático: PATROCINADOR.

Mas já tem batata assando. Eis o que pincei na Rede ontem:

“E os colegas que foram eleitos? Será que nos defenderão? 
Ou, depois de entronizados, já se esqueceram de nós, 
simples mortais. Eu não votei na chapa deles, mas como 
participante do fundo tenho direito de cobrar. Acho que 
eles não vão fazer nada por nós. Vamos continuar lutando 
sozinhos e nos debatendo nesse mar de impropriedades.”

Vamos continuar tentando. Quem sabe os “eleitos”, num 
frêmito de amor próprio ferido não se rebelam e mudam de 
postura? Quem sabe não se condoam com a situação 
humilhante em que o novo ES nos colocou e, num surto de 
loucura benfazeja, resolvam agir? Quem sabe não se 
lembrem das promessas de campanha e mostrem seu lado 
humano? Quem sabe não se unam em pacto de rebeldia e 
passem a defender aqueles que lhes deram o posto – e os 
ganhos? Quem sabe não exijam tratamento digno para os 
aposentados e pensionistas que juraram defender? Quem 
sabe mostrem que têm caráter e que podemos voltar a 
acreditar neles? 

E, depois de tudo, imponham o peso do seu voto no 
Conselho e exijam reformulação desse malfadado 
realinhamento em termos suportáveis para nós todos, de 
modo que o desconforto financeiro seja minorado. E a 
miséria estampada nos contracheques seja tratada. E que 
aposentados e pensionistas voltem a ter comida na mesa. E 
um pouco de sossego em suas vidas calejadas do sofrimen-
to imposto pelo descaso da PREVI.

Quem sabe?! 

 Marcos Cordeiro de Andrade é presidente da AAPPREVI

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