Por necessidade, cada um se vê frente à hora de fazer 
mudanças. E normalmente a decisão de fazê-las se dá em 
função de alguma coisa que nos atinge com profundidade. 
Seja pelo desconforto causado por situações, seja pela 
imposição de adaptação a novos tempos, o certo é que, 
para cada um de nós, chega o momento inadiável de se 
pensar em modificações visando correção de rumos.

A propósito dessas reflexões, lembro a história do meu pai, 
assalariado pobre e gerador de uma prole de seis filhos. 
Morando em casa alugada, a cada novo filho que nascia ele 
adaptava o orçamento à despesa em surgimento mudan-
do-se para aluguel mais barato. Isso se tornou rotina a tal 
ponto que, a cada nova “barriga” da minha mãe tínhamos 
como certo uma mudança. E a sistemática se processou até 
o último rebento quando, na busca de aluguéis sucessiva-
mente mais baratos, fomos parar na cidade vizinha, mais 
para o interior. Mas, no ponto de vista financeiro, as 
mudanças se deram para melhor, pois depois de certo 
tempo voltamos para a capital.

De outra feita, agora já me envolvendo diretamente, tive 
que fazer uma mudança drástica em minha vida. Tanto no 
sentido de localização física, como no modo existencial 
como indivíduo. Isso se deu depois de aprovado no 
concurso do Banco quando optei por assumir no interior 
aos 22 anos de idade, deixando para trás a família, os 
amigos e os estudos – esses somente retomados anos 
depois. Essa foi a mudança radical operada em minha vida 
pelo caráter decisório único de não poder transferi-lo a 
outrem, em idade ainda dependente dos pais. Mas a 
mudança se deu para melhor.

Mais recentemente, enquadrado na rotina pacata de 
aposentado pobre, vi-me diante de situação de inconfor-
mismo que me levou a pensar em mudanças. Por isso passei 
a questionar o enquadramento previdenciário escolhido 
para amparar a velhice que chegara. Tornei-me assim 
frequentador assíduo de blogs específicos, sempre com 

críticas mordazes (e pertinentes) contra o sistema da 
previdência complementar entregue a interesses escusos. 
Frequentei tanto esses espaços, briguei tanto e esperneei 
tanto que, para poder fazer mais e melhor, criei o meu 
próprio blog em 26/09/2009 (atuante até hoje com 
excepcional frequência e credibilidade idem – www.previ-
plano1.com.br ). Depois disso surgiu nova imposição por 
mudança de rumos. Assim é que, incentivado e instado por 
colegas criamos nossa própria associação para dividi-la 
com todos em iguais condições – a AAPPREVI, sucesso 
absoluto de público neste momento com 6.534 sócios 
cadastrados. Isso melhorou minha expectativa de vida e a 
de muitos outros aposentados como eu, pois a mudança se 
deu para melhor.

De tudo isso me fica uma lição de vida. As mudanças são 
necessárias, imperiosas até, por vezes. O importante é 
reconhecer o momento em que elas se impõem e, quando 
surjam as oportunidades, não deixá-las passar sem tomar a 
atitude de fazer o certo. Como diz o provérbio gaúcho 
“cavalo encilhado não passa duas vezes” – cabe a nós 
aproveitar a primeira passagem e agarrá-la com afinco 
fazendo a mudança oferecida. 

E assim, com coragem e sabedoria seremos felizes. Se Deus 
quiser.

 Marcos Cordeiro de Andrade é presidente da AAPPREVI

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