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editorial / por Mar

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Impressiona o domínio que a eleição da ANABB consegue exercer no nosso universo de 
aposentados e pensionistas oriundos do BB. Não só pelo volume que os seus mais de 100.000 
sócios representam, mas, e principalmente, pelo caráter remuneratório que os cargos em 
disputa envolvem, o que é uma pena. Vai longe o tempo em que aposentados poderiam se 
voltar para o bem comum, distribuindo experiência e dedicação aos semelhantes na condu-
ção de suas associações sem visar lucro. Esses idealistas estão alijados do processo sucessório 
por conta da maciça e cara propaganda de aliciamento encetada pelos caçadores de recom-
pensas. Hoje, o que se vê é o desencadeamento da corrida do ouro a cada eleição que 
acontece para a CASSI, para a PREVI ou para as grandes associações que, de igual modo que 
aquelas, pagam altíssimos salários aos seus dirigentes, deixando no chinelo o mesquinho 
benefício previdenciário. Lamentavelmente esse cenário deixa ao desamparo os eleitores no 
que tange à escolha de candidatos. Sim, porque as indicações deixaram de se pautar em 
parâmetros confiáveis envolvendo o passado probo na carreira bancária e o fiel propósito de 
lutar pelo bem dos semelhantes. Uma vez instituídas gordas remunerações, um enxame de 
aventureiros e catadores de sinecuras ocupou o cenário das candidaturas, eleições e posses. 
Via de regra com enfoque nos repetidos nomes que, também repetidamente, preenchem as 
cadeiras de mando – e de recompensas financeiras. Daí eu ter denominado esse movimento 
de “dança das cadeiras”, em artigo publicado em 2009 – de uso universalizado atualmente.

Mas, fazer o quê. Temos que conviver com isto sem relegar a responsabilidade do voto para 
continuar exercendo esse sagrado direito. No entanto, faz-se premente ter visão crítica para 
tentar salvar nossa capacidade no uso dessa contundente e eficaz ferramenta. Não podemos 
sair votando aleatoriamente em nomes repisados, apoiados por quem paga tributo à indica-
ção recebida para entrar no clube. Temos por obrigação fazer triagem seletiva para colocar as 
pessoas certas nos lugares certos, sem medo de arrependimento futuro por ter “dado 
emprego” ao invés de darmos cargos, unicamente para desempenho descompromissado com 
as cifras envolvidas e as benesses possíveis.

Nosso apurado senso de discernimento não aceita cabrestos em nenhum sentido. E a melhor 
maneira de escolher o candidato viável é apurar sua disponibilidade de tempo para cuidar dos 
nossos assuntos como se propõe. Devemos fugir, portanto, da imposição de votar em quem já 
ocupa vários cargos nas nossas Entidades, simplesmente porque a obviedade nos aponta para 
um acumulador de “empregos” fartamente remunerados.

Vamos votar nos “desempregados” com base nos currículos apresentados espelhando o 
desempenho funcional, com o cuidado de expurgar as crias de gabinetes, os carreiristas, 
sindicalistas e coisas que tais. Assim, na pior das hipóteses estaremos dando “emprego” a 
quem ainda não tem nenhum e sobrevive honestamente com o minguado benefício da 
aposentadoria ou pensão. Isso nos dará a esperança de que, além disso, seja honesto para 
conosco, também, como nenhum outro encastelado em múltiplas cadeiras tem sido. Basta 
supor os ganhos nos “empregos” para os quais elegemos sucessivamente os que lá estão.

Também, se alguém ainda não tiver candidatos com potencial positivo, busque ajuda no 
CANAEL – www.canael.com.br - onde estão listados os indesejáveis acumuladores de cargos 
remunerados.