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revista
Em passado recente, era comum consultórios médicos
ostentarem diplomas emoldurados, pendentes de
preguinhos bem-dispostos esteticamente – espaça-
dos ou amontoados dependendo da quantidade de
eventos em que o dono da sala tenha participado
profissionalmente. Isso servia para que o pretenso
cliente primário avaliasse a capacidade e conheci-
mentos acumulados, à guisa de informação confiável
para se entregar aos cuidados do médico a tratar da
sua saúde. Julgava-se que quanto mais diplomas mais
sábio e capaz seria o médico em questão. Hoje a
Internet substitui esses murais.
Mal comparando, é válido fazermos um paralelo entre
o médico em causa e determinados postulantes a
cargos eletivos. Isto é o que nos vem à mente ao
examinarmos as chapas concorrentes para as eleições
CASSI-2018, pois já nos chegam pela Internet os
santinhos dos candidatos estampando rostos
sorridentes encimando currículos diversificados,
contendo material digno de ser apresentado na forma
de diplomas para engalanar as paredes dos prédios da
CASSI pelo País afora, se eleitos forem.
Ocorre que, diferentemente daqueles dos médicos,
esses hipotéticos diplomas por vezes depõem contra
as pretensões do postulante. De se notar que os
cargos enumerados são, via de regra, ocupados
enquanto a serviço do patrocinador Banco do Brasil
que, diga-se de passagem, momentaneamente é tido
como sinônimo de algoz dos participantes e assistidos
da CASSI, a despeito dos socorros financeiros
esporádicos. Verifica-se, no entanto, que algumas
caras bonitas dos santinhos procuram fugir ao lugar
comum e viajam por outros caminhos percorridos,
dando seus pousos corriqueiros em Sindicatos e
Associações como dignos, também, do direito aos
preguinhos que os pendurem na CASSI. Esquecem eles
que essas participações não são bem vistas pela
lembrança que carregam. Sejam como simpatizantes
de um governo mal resolvido, seja pela imagem de
catadores de sinecuras “veraneando” em associações
– como se em permanente repouso remunerado.
Como bancário saudosista, às vezes me ponho a
rememorar. Na antiga CIC, no capítulo que tratava da
Correspondência Epistolar, havia uma recomendação
muito didática: “Escoimados os termos chulos”. A
propósito, caberia seu uso em relação a certos
currículos aqui tratados?
No entanto, como o oposto de candidatos desconhe-
cidos surgidos com luz efêmera de fogo-fátuo, e que
querem nossos preguinhos para se fixarem nos
corredores da CASSI/PREVI, certos nomes nos saltam
aos olhos quando conhecemos seus currículos.
Atuando como poderoso colírio que desanuvia o olho
cansado, de pronto surgem como visões guardadas
que respeitamos pelos feitos como defensores dos
nossos direitos. Nos tocam como se lembrássemos
clássicos do cinema que nunca cansamos de rever.
Nomes assim, repletos de mensagens do quanto se
dedicam à causa abraçada, com desapego a recom-
pensas e sem fixação nas vitrines em que se postem,
podem apresentar o rol dos serviços prestados e das
causas defendidas. Dos estudos realizados e do amor
aos colegas aposentados e pensionistas dependentes
das duas Caixas que nos suprem. São, de fato, velhos
conhecidos, o que ajuda significativamente na hora da
escolha dos nossos representantes.
A propósito de tudo isto, somente tenho a dizer que o
meu voto será fácil de ser dado pela simplicidade da
escolha que me acenam. Minha opção será no sentido
da avaliação de critérios objetivos. Pela capacidade,
aliada à isenção partidária, e pela distância que separe
o candidato de bolsos ávidos por remunerações
fáceis. De todo modo, o meu voto não será retirado da
caixinha de pregos para pendurar mais um currículo –
o de dirigente da CASSI. Para tanto conto com ajuda
do CANAEL.
Se é para continuar servindo ao patrocinador, ou a
sindicatos e associações subservientes não contem
comigo. A CASSI precisa de quem a conheça e
entenda. De quem já tenha dado mostra de que a
defende. E que a quer para os associados e a trate
como a Caixa de Assistência dos Aposentados e
Pensionistas do Banco do Brasil e seus dependentes. E
não como um plano de saúde explorador.
Marcos Cordeiro de Andrade é presidente da AAPPREVI