Santo Agostinho, o maior dos Padres da Igreja 
Ocidental, cujo pensamento orientou a civilização 
ocidental ao longo de um milênio, fundava a sua 
crença na Providência divina nestes pensamentos: 
“Por este motivo Deus está acima de toda forma, 
acima de toda ordem. E está acima não pela distância 
espacial, mas por uma potência inefável e singular da 
qual deriva toda medida, toda forma e toda ordem.” 
(Natureza do Bem) E este Deus é Ser, Verdade e Amor, 
as marcas da Trindade divina impressas na natureza 
humana. (Natureza do Bem e Tratado das Ideias.) 
Gregório Magno, o grande difusor do cristianismo 
romano agostiniano pela Europa, ecoava o pensamen-
to do sábio africano: “A nossa honra é a honra de 
nossos irmãos; e, então, verdadeiramente somos 
honrados, quando a nenhum deles se nega a honra que 
lhe é devida.”(Citado na encíclica de Pio XII, O Corpo 
Místico de Cristo)

O Iluminismo racionalista, que hoje embasa a 
civilização ocidental, com espaço econômico regido 
pela economia de mercado, contagiou de tal forma as 
portentosas civilizações chinesa e indiana, que se 
constata a prevalência de seus valores na orientação 
de toda a Humanidade. E essa civilização ocidental 
contemporânea não abdicou do valor multimilemar 
da unidade humana e adotou por lema a famosa 
tríade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade!

Essa é a tríade de valores fundamental da civilização 
contemporânea, que Herbert Spencer, com a filosofia 
da seleção natural (os ricos sobreviverão e os pobres 
extinguir-se-ão), e Nietzsche, com a valorização do 
Superhomem, tentaram demolir. A Civilização 
contemporânea é claramente uma civilização 
epicurista: corpo sem dor e alma sem angústia. A 
Filosofia e a Psicologia constatam que  homem é um 
ser que se constrói.  A Psicologia constata que o 
homem só é feliz quando se realiza num projeto 
existencial com dimensão social: a sociedade feliz é 
um arquipélago unido por pontes, por infinitas 
pontes!

Essas ideias reforçaram a política do bem-estar social, 

iniciada por Bismarck, que se propagou pela Inglater-
ra, introduziu-se nos Estados Unidos com o New Deal 
de Roosevelt e culminou com o Plano Beveridge inglês 
de exterminar os cinco grandes males da sociedade: a 
escassez, a doença, a ignorância, a miséria e a 
ociosidade.

A República Brasileira, liderada por ilustres próceres 
positivistas, colocou na bandeira nacional parte da 
famosa síntese comtiana de uma sociedade cientifica-
mente operante: “O amor por princípio. a ordem por 
base e o progresso por fim.” A sociedade brasileira é 
uma sociedade fraterna. Dessa fraternidade brota a 
ordem, sem necessidade de esquemas de policiamen-
to, da ordem, isto é, a fraterna e democrática organi-
zação da sociedade, brota o progresso.

É isso que o Povo Brasileiro promulgou como sua 
norma constitucional, com base no valor supremo da 
dignidade da pessoa humana (Artigo1º-III): um Estado 
republicano, democrático do bem-estar social.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação.
 “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran-
ça, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma 
desta Constituição.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização 
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 

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