Quando cerca de 15.000 pessoas se acotovelam em educadas filas, logo vem a impressão 
de se tratar da busca por ingressos de um evento de vulto. No entanto, é desalentador a 
constatação de se tratar da busca por uma senha que habilite cada uma delas a pleitear 
uma entrevista com promessa de emprego. São desempregados que se agarram a um fio 
de esperança para voltar ao mercado de trabalho de onde foram afastados por imposições 
diversas. E cumprir o doloroso trajeto não é garantia de que sejam bem-sucedidos, mesmo 
conseguindo a perseguida senha.

Essa é apenas uma mostra do quotidiano dos desfavorecidos da classe trabalhadora. Pior 
situação é reservada aos Aposentados e Pensionistas. Isto porque eles têm que sobreviver 
com os parcos benefícios destinados pelos meios previdenciários, sem alternativas para 
obter melhores “salários”, pois estão à margem das pretensões, por “inservíveis” - no 
enquadramento da taxa de mortalidade. Este entendimento é uma constante em quantos 
usam as redes sociais para relatar dificuldades financeiras.

Todavia, diferentemente dos desempregados, os aposentados e pensionistas bem 
poderiam ter aliviado o aperto financeiro se os manipuladores dos seus benefícios agissem 
com humanidade. Nada custaria visualizar o problema com responsabilidade e isenção. 
Bastaria suplantar o discurso de que os normativos não permitem alterar índices, ou que os 
Fundos são equânimes no tratamento dado aos participantes. No caso da PREVI, mudan-
ças de regulamentos são possíveis quando se trata de beneficiar o Patrocinador e o próprio 
Fundo. Porém, proporcionar melhorias nos benefícios, nem pensar. Na base do “querer é 
poder” esta questão tem solução simplista. Poderia vir até como um reajuste linear ou 
como um abono incorporado ao benefício. Prover do “ES” os que foram afastados dele 
também ajuda. Assim como adequar os descontos da CAPEC, etc.

Longe dessas discussões, as Entidades que se tem como poderosas fazem ouvidos de 
mercador quando instadas a se envolver, esquecendo as finalidades primeiras enaltecidas 
nos seus Estatutos. Enquanto que, Associações taxadas de “pequenas” abordam o assunto 
de frente com esperança de sucesso, mas conscientes da impotência na abordagem. 
Entende-se, por fim, que somente lhes cabe transitar pelos caminhos da Justiça na defesa 
dos direitos dos seus representados. Sem enfrentamentos, com responsabilidade e 
respeito aos envolvidos. E sem direcionamentos equivocados, posto que a Jurisprudência 
é campo minado para os desavisados.

editorial / por Marcos Cordeiro

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