Os juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas, com recursos livres (que excluem habitação, BNDES e crédito rural), avançaram pelo segundo mês seguido em julho deste ano, quando cresceram 1,4 ponto percentual, para 36,2% ao ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (29).
De acordo com dados da autoridade monetária, trata-se do maior patamar desde maio de 2012, quando a taxa estava em 37,1% ao ano.
O aumento dos juros bancários de pessoas físicas acontece após o próprio Banco Central ter iniciado, em abril deste ano, um ciclo de alta dos juros básicos da economia, com o objetivo de tentar conter o crescimento da inflação. Desde então, os juros básicos subiram em três oportunidades, passando de 7,25% para 9% ao ano – uma elevação de 1,75 ponto percentual. A última alta, para 9%, ocorreu na quarta-feira (28).
Repasse da alta dos juros básicos
Com o aumento dos juros básicos do país, também houve alta na taxa de captação das instituições financeiras, ou seja, quanto os bancos pagam pelos recursos. No fim do ano passado, a taxa de captação, para operações com pessoas físicas, estava em 8,3% ao ano, passando para 10,5% ao ano em julho. Um crescimento de 2,3 pontos percentuais.
No mesmo período, os juros bancários das instituições financeiras para pessoas físicas cresceu 2,3 pontos percentuais, visto que estavam em 33,9% ao ano em dezembro de 2012. Deste modo, os bancos apenas repassaram a alta do custo de captação que tiveram por conta da elevação dos juros básicos da economia pelo Banco Central.
Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados “recursos livres”, a taxa média somou 20% ao ano em julho – com alta de 0,6 ponto percentual frente ao patamar de junho (19,4% ao ano). É o maior valor desde maio do ano passado (20,7% ao ano). No ano, essa taxa avançou dois pontos percentuais.
Tamém subiu em julho deste ano a taxa média geral de todas as operações com recursos livres, que somou 27,5% ao ano no mês passado, contra 26,6% ao ano em junho. Também é o maior valor desde maio do ano passado (28,5% ao ano). No acumulado de 2013, a taxa média de juros bancários avançou 2,2 pontos percentuais.
Nova metodologia
A autoridade monetária mudou, no início deste ano, o formato de registro dos dados relativos aos juros bancários e, ao mesmo tempo, também desativou a série histórica que vigorava anteriormente. Pela nova metodologia, as operações com recursos livres (que não têm relação com o crédito direcionado, que é rural, BNDES e habitação) passaram a englobar algumas modalidades de empréstimos, como arrendamento mercantil (leasing), descontos de cheques (operações que se assemelham com “factoring”), além de cheque especial pessoa jurídica e antecipação de faturas de cartão.