A obra máxima do escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, coloca Congonhas – uma cidade primordialmente mineradora – no roteiro turístico histórico mineiro. É ele o autor das 78 esculturas barrocas que fazem do santuário de Bom Jesus de Matosinhos uma obra monumental de importância histórica nacional e mundial.
O conjunto arquitetônico é composto pela Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, um adro onde figuram ao ar livre 12 esculturas em pedra sabão de profetas e seis capelas que marcam os passos da Via Sacra com 66 esculturas em cedro. As obras datam do fim do século 18 e início do século 19.
Para leigos no assunto, absorver a riqueza dos detalhes e o significado da obra de Aleijadinho pode ser difícil sem ajuda. Mas os guias locais bem treinados são capazes de tornar a experiência de apreciar as belas esculturas mais interessante e completa, ao falarem sobre a história do escultor, sua postura política e personalidade que transparecem em traços importantes de sua obra. Os monitores ficam na região da basílica e podem ser contratados a qualquer momento.
O tour começa pelos seis passos da Via Sacra, no qual se observa dentro das capelas as cenas da Paixão de Cristo montadas com 66 esculturas de cedro em tamanho natural. Características fortes na obra do escultor já começam a ser percebidas desde os primeiros cenários, como os olhos orientais de cor amendoada, os cabelos encaracolados e o queixo duplo.
Na cena que ilustra a flagelação de Jesus, um detalhe curioso: Cristo aparece com marcas de sangue no pescoço, como referência ao mártir da inconfidência mineira, Tiradentes, que morreu enforcado.
No adro da Basílica, as 12 imagens em pedra sabão dos profetas impressionam. Produzidas em apenas cinco anos, as peças são consideradas a obra-prima de Aleijadinho, que as teria confeccionado quando já sofria sérias limitações físicas por causa de uma doença degenerativa. A escultura do profeta Daniel é uma das mais importantes do conjunto. A peça é monolítica, ou seja, feita em uma única pedra, sem emendas, e é a maior do conjunto.
Outro ponto turístico de Congonhas é a Romaria. O local já foi centro de hospedaria de romeiros que vinham para a cidade e hoje foi restaurado e recebe eventos. O conjunto arquitetônico com características coloniais ainda tem um museu de minerologia e arte sacra.
Embora ostente importantes obras históricas, Congonhas não tem muitas opções de hotéis e restaurantes para receber os turistas. O ideal é que a visita não dure mais que um dia.
Fonte: UOL